Advogada é presa e por ficar com dinheiro de criança.
A advogada Maira Moura Soares, de 44 anos, foi presa ontem (27) no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), em Confresa (a 1.149 km da Capital) por apropriação indébita majorada praticada contra uma cliente, que contratou os serviços dela para ingressar com uma ação de concessão de benefício assistencial do filho, uma criança com paralisia cerebral, que na época tinha seis anos. Atualmente, o menor está com 11 anos.
O mandado de prisão foi expedido pela comarca de Barra do Bugres ( a 168 km de Cuiabá) em 22 de abril deste ano. A suspeita passa por audiência de custódia às 16h30min de hoje (28), na cidade.
Conforme informações do boletim de ocorrência, ela está presa na unidade da Polícia Militar de Confresa, aguardando a decisão judicial, “tendo em vista ser o único local que apresenta condições análoga à sala de Estado Maior”, diz trecho do BO. Consta no documento que a advogada foi localizada no Cras, onde recebeu voz de prisão. A ação contou com a presença de três advogados de prerrogativas da OAB.
Por meio de nota, a OAB-MT afirmou que não havia sido formalmente informada sobre o caso, tendo tomado conhecimento apenas pela imprensa. “A OAB-MT atuará para que as prerrogativas da advogada sejam preservadas. Além disso, verificada infração ética por parte da profissional, a OAB-MT, por meio de seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED), instaurará o devido processo disciplinar”, afirma.
Investigação
Em março deste ano, a Polícia Civil tomou conhecimento de que a vítima, mãe da criança com paralisia cerebral, havia contratado em 2016 os serviços da advogada para mover uma ação requerendo benefício de assistência ao filho.
O processo transitou em julgado, quando não cabe mais recurso, com sentença definitiva, em setembro de 2018. Desde então, a mãe da criança vinha tentando obter informações sobre a ação com a advogada, inclusive sobre os valores a serem recebidos, mas a profissional sempre se “esquivava”, a ponto de ignorar as mensagens recebidas e não dava nenhuma satisfação para a cliente.
A mãe da criança então procurou o Fórum de Barra do Bugres e descobriu que a advogada já teria resgatado todo o valor da causa em 23 de novembro de 2018, ou seja, dois meses depois de ganharem a ação. Inconformada com a falta de ética e profissionalismo da advogada, a mãe da criança procurou a Polícia Civil.
De acordo com informações da polícia, após a investigação, o delegado Rodolpho Bandeira representou pela prisão da advogada, sendo o pedido atendido pela 3ª Vara Criminal da cidade.
Depois da representação do delegado pela prisão e deferimento pela Justiça, os investigadores de Barra do Bugres apuraram que advogada teria se mudado da cidade e estava morando e trabalhando em Confresa, na região do Araguaia, atuando como assessora jurídica em um órgão do município.
RD NEWS/WEB TV CIDADE MT