ALIMENTOS: Cesta básica atinge R$ 605,44, valor recorde em Cuiabá
Mesmo com leve alta mensal (0,94%), valor médio se mantém como maior entre as capitais do Centro-oeste.
O valor médio da cesta básica, em Cuiabá, registrou a terceira alta mensal seguida no ano e rompeu a média histórica do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) ao atingir R$ 605,44. A cotação apurada em maio superou em 0,94% o até então recorde de abril.
Conforme o Imea, a valorização foi puxada pelo aumento no preço do óleo (3%).
A análise não pôde ser detalhada porque o Imea encerrou a divulgação do valor dos 13 itens que compõem a cesta básica em Cuiabá, informando apenas a cotação média apurada no mês, ou seja, o indicador de referência do período. Por meio de nota explicativa, o órgão esclareceu que “que a suspensão da divulgação acontece uma vez que seu corpo de analistas não acompanha todos os setores que envolvem a produção, comercialização e distribuição de alguns dos itens da cesta como, por exemplo, o tomate, a batata e a banana. Logo, em função disso, a divulgação de todos os produtos que compõem a cesta básica se torna inviável”.
Tomando como referência o comportamento dos preços dos alimentos, coletados pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 17 capitais, é possível observar que a cesta básica de Cuiabá está entre as sete mais caras do País, e é também, a de maior valor entre as capitais do Centro-Oeste. Cuiabá não faz mais parte do hall de cidades monitoradas pelo Departamento há cerca de três anos. A análise é apenas um comparativo que pode ajudar a entender o momento e o peso do conjunto de alimentos sobre o orçamento das famílias.
Conforme o Dieese, a cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 636,96), seguida pelas de São Paulo (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76).
No ranking regional, os valores de maio foram os seguintes: Cuiabá (R$ 605,44), Brasília (R$ 588,24), Campo Grande (R$ 575,01) e Goiânia (R$ 564,04).
DIESSE – Entre abril e maio de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 14 cidades e diminuiu em outras duas.
Comparando o custo entre maio de 2020 e maio de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. As maiores altas foram observadas em Brasília (33,36%), Campo Grande (26,28%), Porto Alegre (22,82%) e Florianópolis (21,43%).
Com base na cesta mais cara que, em maio, foi a de Porto Alegre, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.351,11, valor que corresponde a 4,86 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em maio, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em maio, ficou em 111 horas e 37 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em abril, quando foi de 110 horas e 38 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em maio, na média, 54,84% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em abril, o percentual foi de 54,36%.
Fonte: MARIANNA PERES/Diário de Cuiabá/WEB TV Cidade MT