VIOLÊNCIA CONTRA MULHER “Cena de terror”, descreve amiga de vítima de tentativa de feminicídio

Moradora  precisou se fingir de morta para escapar das agressões do companheiro. Mulher recebeu 15 facadas enquanto estava em casa com os filhos

Jéssica Dantas, 29 anos, foi esfaqueada 15 vezes em frente aos filhos -  (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
Jéssica Dantas, 29 anos, foi esfaqueada 15 vezes em frente aos filhos – (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

A casa de Jéssica Dantas, 29 anos, aponta os vestígios da violência que a moradora do Itapoã vivenciou na noite desta terça-feira (10/9). A calçada em frente ao portão exibe marcas de sangue e, ao adentrar na residência, a violência torna-se pungente: grandes rastros de sangue, o pedaço de pano usado para estancar o ferimento após as facadas que ela levou do companheiro e uma poça densa, vermelha e seca na cozinha, perto da geladeira. Panelas e outros objetos revirados ficaram jogados pela casa.

Os vizinhos e amigos se dizem surpresos com o episódio que envolveu tamanha violência na tentativa de feminicídio. Amiga de Jéssica, Bruna Santana, 25 anos, detalhou à reportagem os momentos de tensão. “A gente começou a ouvir os pedidos de socorro, mas eu nunca poderia imaginar que vinha da Jéssica. Quando saí de casa, vi ela aqui na frente da calçada, segurando o pescoço, toda cheia de sangue. Foi uma cena de horror. Nunca tinha visto algo assim”, lamenta.

Jéssica levou 15 facadas do companheiro, entre 21h e 21h30, sendo que quatro delas atingiram a região do pescoço. “Tudo isso aconteceu na frente dos filhos deles, que têm 7, 5 e 1 ano. O filho dela chegou a contar que ele bateu nela diversas vezes, batendo a cabeça dela contra a parede. Para ele deixar ela, a Jéssica precisou se fingir de morta”, conta.

As crianças presenciaram a violência até o momento de fuga do pai, que deixou o local em uma bicicleta. Os vizinhos e pessoas que passavam pela rua interviram e afastaram os três filhos de Jéssica, para que não a vissem tão machucada. “Não queríamos que eles ficassem traumatizados. Ela (a vítima) já estava deitada na calçada, os olhos revirando. Eu ficava tentando conversar com ela para que ela não dormisse até os bombeiros chegarem”, salienta.

Fonte: Edis Henrique Peres/Correio Brasiliense

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