Justiça mantém julgamento de tenente do Corpo de Bombeiros acusada de torturar e matar aluno tangaraense em curso prático em MT
A defesa de Izadora Ledur havia pedido a suspensão da audiência de instrução marcada para os dias 15 e 16 deste mês.

A Justiça negou o pedido feito pela tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e matar um aluno durante um curso prático da instituição, para suspender o julgamento agendado para os dias 15 e 16 deste mês. A decisão é do juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada Justiça Militar.
O magistrado reafirmou o dia 15 de abril, às 13h30, quando as testemunhas arroladas pela defesa serão ouvidas. Já no dia 16 de abril, Ledur deve ser ouvida pelo juiz após diversos atestados médicos que adiaram o interrogatório.
Ela também ficou afastada do trabalho desde que Rodrigo morreu, alegando problemas de saúde.
Izadora Ledur voltou a trabalhar em janeiro deste ano, dois meses antes de completar dois anos de afastamento supostamente para evitar ser aposentada por invalidez.

Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, morreu em novembro de 2016, depois de passar mal durante um treinamento aquático dos bombeiros. A atividade era coordenada pela tenente, que era a instrutora do curso.
Ledur também responde criminalmente pela morte do aluno e foi monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Em outubro de 2017, ela conseguiu na Justiça o direito de suspender o monitoramento eletrônico, com a retirada do equipamento.
Além dela, outros cinco militares dos bombeiros foram denunciados.
Morte após treinamento
Rodrigo morreu no dia 15 de novembro, após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios.
“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso ”, como consta na denúncia.
Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.
Fonte: G1 MT