Tecnologia brasileira pode ajudar no ensino de idiomas.
A startup SpeechTera criou software que reconhece fala e produz vozes variadas; pode servir para ensino de idiomas e apoio a pessoas com distúrbios da fala

TECNOLOGIAS DE FALA: a startup SpeechTera está investindo em quatro diferentes produtos na área (Emily Poisel/Flickr)
Quando Vanessa Marquiafável Serrani ingressou no curso de Licenciatura em Letras na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 2000, seu futuro profissional já parecia definido: seria professora de inglês. Mas sua trajetória mudou ainda na graduação, ao conhecer o Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC) da Universidade de São Paulo, campus São Carlos, durante um projeto de iniciação científica. Acabou trocando a carreira acadêmica pelo empreendedorismo.
Hoje Vanessa Serrani é sócia-proprietária da empresa SpeechTera Desenvolvimento de Programas para Computadores Ltda. e desenvolve, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, um projeto de criação de recursos computacionais para tecnologias de fala voltadas ao português no Brasil.
O projeto concluiu a fase 1 do PIPE — de teste de viabilidade — em 2016 e está na fase 2 — de desenvolvimento propriamente dito — ,com término previsto para 2019, quando a SpeechTera espera colocar no mercado recursos computacionais essenciais ao desenvolvimento de sistemas para síntese e reconhecimento de fala. A linguista explica que existem diversas aplicações para esse ramo da tecnologia: criação de comandos de voz para dispositivos eletrônicos, aperfeiçoamento de pronúncia na área do ensino de idiomas, tradutores automáticos, sistemas terapêuticos para pessoas com patologias de fala, inclusão digital de pessoas com deficiências visuais ou motoras, entre outras.